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Combate às ravinas conta com o apoio da Endiama

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A Empresa Nacional de Diamantes (Endiama) inicia, esta semana, um trabalho de levantamento, mapeamento e estudos de ravinas, no Moxico, para determinar as causas e encontrar uma solução duradoura para o fenómeno erosivo, que corrói a província, pondo em risco várias infra-estruturas, incluindo vias de comunicação, anunciou o vice-governador local para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas.

Ravina de grande dimensão ameaça destruir várias residências na cidade do Luena Fotografia: Daniel Benjamin | Edições Novembro

Manuel Lutuai, que falava ao Jornal de Angola, por telefone, disse ter recebido da administradora da Endiama para a área de Geologia e Desenvolvimento Mineiro, Ana Feijó, garantias da chegada ao Moxico, ainda esta semana, de uma equipa técnica, constituída por geólogos, engenheiros de Construção Civil e ambientalistas, que vão proceder em toda a província ao levantamento exaustivo das ravinas, estudar as respectivas causas e procurar respostas para o problema, que se arrasta há décadas.
Ana Feijó esteve à frente de uma delegação da Endiama, que se deslocou ao Moxico, na quinta-feira, para entregar ao governo da província um donativo da empresa diamantífera, composto por material e equipamentos técnicos para a contenção das ravinas.
O donativo integra, entre outros meios, três betoneiras, duas compactadoras e 1.900 sacos de cimento, que vão ser usados na feitura e colocação de socalcos para reduzir a velocidade das águas das chuvas e, consequentemente, conter a progressão das ravinas que maior preocupação suscita.
Para os próximos dias, anunciou, está prevista a chegada à província de cinco mil litros de gasóleo, ainda no âmbito da oferta da Endiama. O donativo da empresa diamantífera, prosseguiu, responde a um pedido de ajuda das autoridades provinciais, a braços com dificuldades financeiras para travar o avanço das ravinas, que avançam perigosamente, pondo em risco bens públicos e de particulares.
Já os trabalhos de levantamento, mapeamento e estudos de ravinas, que arrancam nos próximos dias, obedecem a uma recomendação do Governo Central, que orienta a Endiama a intervir no combate ao fenómeno erosivo na região leste, que, a par do Moxico, inclui as províncias das Lundas Sul e Norte, disse.
No âmbito dos estudos, disse, vão ser recolhidas amostras de terra, que serão enviadas à África do Sul, onde vão ser analisadas em laboratórios de alta fiabilidade para, com base nas recomendações técnicas daí resultantes, ajudar a encontrar as melhores soluções para o problema.

Frentes prioritárias
O material que a Endiama colocou à disposição do governo provincial, de acordo com o vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, vai ser empregue, prioritariamente, na contenção de uma ravina localizada no bairro 4 de Fevereiro, arredores da cidade do Luena, cujo ritmo de progressão aumentou substancialmente com a chegada das chuvas.
O restante, disse, vai servir para consolidar os trabalhos de contenção já iniciados nas chamadas “ravinas da engenharia militar”, no bairro Cuenha, também nos arredores da cidade do Luena. Sob controlo, assegurou, está a denominada ravina do Aço que, entre as 23 que circundam a capital da província, era a que maior perigo representava para a cidade do Luena.
Também engenheiro de Construção Civil, o vice-governador do Moxico para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas afirmou que a maior parte das craveiras que corroem a província há muito evoluíram de ravina para voçoroca, fenómeno também geológico, mas de proporções muito maiores, exigindo, por isso, esforços redobrados no seu combate. A voçoroca torna o solo seco, pobre, quimicamente morto e infecundo.

Fenómeno erosivo à escala nacional
Um trabalho de levantamento efectuado pelo Ministério da Construção e Obras Públicas, entre Dezembro e meados deste ano, através do Sistema de Informação Geográfica, permitiu identificar, em todo o país, 264 zonas erosivas.
A província do Uíge ocupa o primeiro lugar, com 73 zonas erosivas, seguida das do Moxico, com 58, e Lunda-Sul com 50 áreas. Os trabalhos de levantamento envolveram drones e outras ferramentas de localização, que possibilitaram a análise da superfície, volume e profundidade para verificar a perigosidade de cada zona.

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